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Mude-se para mudar. Como devemos nos comportar para enfrentar um processo de mudança?






Por que mudamos? 


Nunca foi tão fácil mudar de um país para outro como agora. O sonho de uma vida econômica mais estável, mais segurança e bem estar. Oportunidade de aprender um novo idioma, de conhecer uma nova cultura são algumas das causas do aumento do fluxo imigratório das últimas décadas.


Todos os dias, pessoas de todas as partes do mundo deixam suas nações e se aventuram em águas desconhecidas. Infelizmente, muitas vezes expectativas muito altas superam a prudência, sendo assim, as decisões de mudanças são tomadas sem antes analisar na prática, e com muita atenção o que significa viver fora do próprio país.

Separação


É importante ressaltar que a mudança de país não pode ser comparada com uma mudança de cidade ou estado dentro da própria nação. Nos dois casos existem dificuldades e verdadeiros obstáculos, mas o impacto cultural é muito maior e mais difícil de ser superado quando cruzamos as fronteiras da nossa pátria amada. 
Todo imigrante passa pela experiência de separação das suas origens, dos seus costumes, dos seus cheiros e medos, das suas certezas e verdades. 
Ao longo do percurso de mudança e durante o processo de adaptação,  pedaços de vida são deixados para traz. São sentimentos, emoções e relacionamentos, com pessoas, coisas e lugares. E esta separação, mesmo que não definitiva, provoca medo e incertezas que podem determinar negativamente o resultado das escolhas e das decisões tomadas. 
No decorrer do período de permanência em um país estrangeiro, acontece um processo de reelaboração emocional, profissional, cultural e familiar. Mas esse processo de reelaboração muitas vezes é bloqueado, porque o indivíduo não está suficientemente pronto, ou até mesmo disposto a se transformar. O ponto crucial é ter plena consciência de que não existe fórmula mágica. Cada processo é diferente porque somos pessoas diferentes. Mas se existe força de vontade e determinação a transformação vai acontecer de forma natural e positiva.
Viver como imigrante não é fácil. Um novo idioma para aprender, um novo emprego para conquistar, novas relações para começar.
Inevitavelmente, passamos por uma série de transformações, que nos levam a reelaborar as nossas ações cotidianas, mantendo os valores que aprendemos no passado ao mesmo tempo em que absorvemos, aprendemos ou bloqueamos valores de uma nova cultura.
Embora para o imigrante quase sempre a escolha de mudança é determinada por aspectos pessoais; para o expatriado a mudança é necessária, provocada principalmente por razões de trabalho e muitas vezes é etapa fundamental para a ascensão profissional. 
Todavia, o que a maioria de imigrantes e expatriados ignoram é que a falta de planejamento, organização e autoconhecimento podem influenciar de forma negativa, a maneira como a mudança vem elaborada e interpretada por cada um de nós e pelas nossas famílias.

Adaptação


É fato que, à princípio, tentamos reconstruir a nossa vida fora de casa, mantendo vivos e atuantes usos e costumes que construímos no decorrer do nosso crescimento pessoal, social e cultural. 
No entanto é um risco não analisarmos se os mesmos serão adequados para a realidade presente na qual estamos  nos inserindo, visto que é no presente que as decisões são tomadas.
Manter as tradições mesmo fora de casa é uma coisa positiva, afinal nunca deixaremos de ser quem somos, e um dia, mais cedo ou mais tarde, a tendência é fazer a estrada inversa e voltar  para "casa".
Mas as tradições, nossos usos e costumes não devem atrapalhar no processo de adaptação. Quando tomamos a decisão de imigrar, ou aceitamos uma oferta de trabalho ou de estudo em outro país, é fundamental adotar medidas como: autoconhecimento, resiliência e altruísmo, reatividade e criatividade; que facilitem o processo de ajuste em um novo contexto sociocultural.
É necessário, ter uma visão de mundo ampla, ser aberto ao novo, exercitar a mente e o corpo para que a nova rotina e os novos usos e costumes possam fluir de maneira positiva em nós mesmos e em nossa família.

"A curiosidade matou o gato", mas pode salvar você!


Quando o que está em jogo é o nosso futuro, toda informação é fundamental. Neste caso ser curioso é muito positivo, pois além de aumentar o conhecimento em relação ao local de destino, reforça o autoconhecimento, identifica os próprios pontos fortes, as qualidades, os defeitos, e os valores que determinam a nossa personalidade.
Um bom curioso, é interessado, atento, dinâmico e criativo. Para  começar a estimular a nossa curiosidade os livros e manuais sobre a cultura, ciência, tecnologias, trabalho, pessoas são ótimos instrumentos. 
Quanto mais informações forem adquiridas maior será a capacidade de comunicação e integração com a nova realidade.

Destrave a língua


A menos que você esteja se mudando para um país com o seu mesmo idioma, é fundamental aprender o idioma local o quanto antes. Escolha uma boa escola de línguas, ou um bom curso online, não dispense os aplicativos, jornais e revistas online, assim você aprende e se mantém informado ao mesmo tempo.
Não menos importante é fazer novos contatos que possam te ajudar a superar os primeiros obstáculos. Participar de grupos online é também uma ótima maneira de treinar seu idioma. 
Mas atenção, tente filtrar ao máximo os grupos aos quais participa. Não permaneça em discussões que não estejam de acordo com os teus valores. 
Entenda que é um momento delicado em que você precisa de muita informação, mas mantenha-se concentrado e focado.

Espelho, espelho TEU!


Atenção ao visual! Eu sei que no Brasil estamos acostumados a ir ao supermercado de cabelo molhado e chinelos de dedo, mas isto não é bem visto em todas as partes do mundo.  Na Itália, por exemplo, sair de casa com os cabelos molhados não é nada normal. Sentar numa mesa de bar sem camisa nem pensar.
Lembre-se, a primeira impressão é quase sempre a que fica. Então cuide do seu visual e tenha uma linguagem corporal adequada. 

Liberte-se 


Libere-se de tudo o que é um peso para tua vida. Lembre-se, para mudar de vida primeiramente é preciso mudar nosso modo de viver a vida.
Comece com a sua mente: pensamentos, sonhos impossíveis, recordações. É natural ter preocupações, faz parte do nosso cotidiano pensar no futuro com ansiedade e insegurança. Mas não é normal e não é saudável cultivar pensamentos negativos relativos ao nosso futuro.
Acredite no teu potencial, deixe espaço na tua mente somente para pensamentos construtivos e estimulantes. Faça de conta que dentro da tua cabeça exista uma lixeira (como aquela do seu computador), descarregue ali tudo aquilo que te estressa.
Isso vale também para as relações pessoais. Pessoas negativas que te tiram para baixo, que não acreditam no teu potencial e na tua capacidade de superação; minam as tuas energias e impedem o teu crescimento pessoal. 
Acredite, é muito difícil se adaptar em uma nova realidade com a cabeça cheia de pensamentos ruins e no meio de relações tóxicas.
Faça o mesmo com o teu corpo. É muito comum quando estamos em processo de transição de vida, não darmos a devida atenção ao nosso corpo.  Desta forma estaremos sujeitos à falta de energia, sem disposição  para enfrentar as transformações que estão por vir.
Cuidar da saúde física e mental é fundamental! 
Tenha uma dieta balanceada e rica de nutrientes como a vitamina B6 por exemplo, que favorecem as atividades cerebrais, estimulam o alto astral, a criatividade,  e evitam a depressão. 
Alimentos ricos em ferro e magnésio podem ser aliados perfeitos para enfrentar o esgotamento e a irritabilidade que poderão se apresentar em vários momentos durante o processo de mudança e adaptação.

Cuide do tempo


O nosso tempo é a nossa maior riqueza.  Saiba como organizar o tempo! Sem tempo não produzimos e sem produtividade não alcançamos nossos objetivos.  Uma boa forma de reduzir as distrações que ofuscam os nossos objetivos, é manter organizados os nossos pensamentos, ideias, espaços físicos e digitais.
Trabalhar ou estudar em um local organizado favorece a concentração e a assimilação de conteúdos. Em fase de mudança é sempre bom manter-se concentrado nas coisas novas, para tomarmos as decisões certas.
Para iniciar podemos fazer uma análise da nossa rotina diária e tentar identificar quais são os hábitos que roubam nosso tempo. Uma vez identificado o "vazamento", basta trabalhar a criação de uma nova rotina mais produtiva, eliminando os pontos negativos e bloqueando as distrações.
Simples ações que  aumentam a concentração e consequentemente estimulam a criatividade e a produtividade; indispensáveis para a conclusão positiva de nossos projetos.

Menos é mais

Concluindo, na hora de escolher e decorar o seu novo espaço fora de casa eu sugiro adotar um estilo de vida minimalista. Saiba mais sobre minimalismo!  Em outras palavras, valorize a qualidade das pessoas, das coisas e das relações que você vai construir e não se preocupe com a quantidade. De fato, a liberação dos espaços físicos da nossa casa de pesos (objetos) inúteis é uma forma de manter a nossa mente pronta para acolher as mudanças.
Aproveite esse momento de transição de vida para se liberar de tudo aquilo que não serve para teu novo projeto de vida.
Por isso, traga ou compre para a nova casa somente coisas úteis e que trazem energia positiva. Não acumule coisas dentro de casa e nunca acumule objetos dentro dos armários. Quanto mais objetos acumulamos ao nosso redor, menos energia e disposição temos para realizar nossos sonhos.

Somos feitos para mudar


Enfim, o ser humano tem uma enorme capacidade para se adaptar em diferentes lugares e em diferentes situações. Acredite, focalize, planeje e seja curioso. Apesar do mundo ser grande, as distâncias e as diferenças podem ser bem pequenas. Basta ter uma mente aberta ao novo.


E você, está pensando ou se preparando para dar esse passo grande na sua vida?
Se quiser saber mais sobre a minha experiência de vida morando fora do Brasil, deixe aqui nos comentários a tua pergunta. Ou me conta como foi, ou como está sendo a tua experiência. Será um prazer conhecer a tua história e se possível te ajudar a descomplicar teus planos de mudança.



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